Para um jogador especial, uma iniciativa especial: em quase 20 anos de estádio (inaugurado a 25 de outubro de 2003) foi a primeira vez que o Benfica apresentou um futebolista na varanda sobre a porta 18, de frente para a Praça Centenarium e para a estátua de Eusébio. Independentemente das circunstâncias (o relvado está a ser substituído), o ato teve muito de majestático: Di María foi recebido como um daqueles heróis que regressam da guerra e se exibem ao povo, no alto do balcão da realeza, agradecendo o calor humano e prometendo continuar no lado certo para futuras batalhas.
Às 19.04 horas em ponto lá surgiu o campeão do mundo, com a camisola 11 vestida, e na companhia de Rui Costa, que durante a cerimónia fez questão de se afastar para que o protagonismo recaísse única e exclusivamente em El Fideo. Estava surpreendido. Provavelmente pensaria que cenas assim só seriam possíveis noutras latitudes.
Não estava em Rosario, estava mesmo em Lisboa, mas uma Lisboa cada vez mais cosmopolita onde cabe gente de todas as nacionalidades, sejam turistas ou residentes. Muitos deles argentinos, que orgulhosamente levaram camisolas e bandeiras da alviceleste, pintando o evento de tons e sons diferentes, embora sem nunca adulterar o eixo central das celebrações.
‘Eu amo o Benfica’, ‘Dá-me o 39’ e ‘O Di María volto’u foram cantados repetidamente, ao que o esquerdino reagia com um sorriso de menino e aos saltos, acompanhando a cadência e as solicitações de uma multidão de 2500 pessoas, uns de férias escolares, outros cuja farda mostrava que tinham saído de um dia de trabalho mas não podiam deixar de passar pelo Estádio da Luz e testemunhar um momento que ficará marcado na história contemporânea do atual campeão nacional.
As tochas, os petardos, o fogo de artifício, os cânticos e a energia que dominaram aqueles 14 minutos de festa ficarão seguramente gravados na memória de Angelito, que volta «a casa» 13 anos depois. Muito poucos podem gabar-se de um regresso festejado assim. Talvez só um tal de Rui Costa…
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