A decisão de Bruno Lage de colocar o cargo de treinador do Botafogo à disposição pegou todos de surpresa no clube. A declaração feita na entrevista coletiva no Nilton Santos após a derrota para o Flamengo, no sábado, representou um desabafo do treinador, feito de cabeça quente. O português ficará no cargo.
Ao tomar tal atitude, o técnico botou para fora uma insatisfação que guardava para si nas últimas semanas. Assim que saiu da sala de entrevistas, ele se reuniu com integrantes da diretoria e decidiu continuar no cargo.
Bruno Lage chegou ao local de entrevistas 46 minutos depois do apito final. Nesse tempo, ele não avisou a qualquer profissional do Botafogo que colocaria o cargo à disposição. No clube, ninguém sabia.
Menos de 10 minutos após a declaração do treinador, jornalistas na zona mista questionaram o lateral Marçal, capitão da equipe, sobre a atitude de Lage. Ao fundo, integrantes da assessoria de comunicação do clube se perguntaram quando aquilo havia acontecido.
O treinador explodiu diante dos novos questionamentos à escalação diante do Flamengo. Antes mesmo do jogo, quando a equipe titular foi divulgada, houve críticas à escolha por JP e Segovinha. Com a bola rolando, Bruno Henrique foi o melhor em campo por aquele lado, decidiu o clássico e aumentou o tom da insatisfação de torcedores alvinegros.
Ainda assim, boa parte da torcida aplaudiu o time ao fim do jogo no Nilton Santos. Na madrugada de quinta-feira, horas após a eliminação da Sul-Americana, cerca de 200 alvinegros receberam a delegação no aeroporto do Galeão, em manifestação que entusiasmou jogadores e dirigentes do clube.
Ao priorizar as críticas em detrimento do apoio da arquibancada, Bruno Lage criou um foco de tumulto que os dirigentes tentaram agir rapidamente para debelar. Com a parada para a data Fifa, o Botafogo só volta a campo no dia 16, contra o Atlético-MG, na Arena MRV.
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